Reconquista Histórica: O Verdadeiro Legado da Guerra México–Estados Unidos de 1846 (2023)

Introdução

Nos 170 anos que se seguiram à dolorosa ferida infligida pelo invasão dos Estados Unidos ao México em 1846, uma cicatriz se formou. Donald Trump, porém, reabriu essa ferida, construindo uma narrativa falsa na qual os Estados Unidos são apresentados como vítimas do México. Esta tentativa de contradizer a história, alegando que o México rouba empregos e impõe tratados onerosos, é não apenas ridícula, mas também motivou alguns mexicanos a proporem uma ação legal visando anular o Tratado de Guadalupe Hidalgo de 1848.

O Desafio de Anular o Tratado de Guadalupe Hidalgo

Liderados por Cuauhtémoc Cárdenas, uma figura proeminente da esquerda mexicana, este esforço visa contestar a validade do tratado, alegando violações das normas legais internacionais essenciais. Cárdenas argumenta que, mesmo se parte do tratado for legalmente válida, artigos cruciais sobre cidadania, propriedade e segurança foram ignorados desde o início.

Embora enfrentando obstáculos jurídicos consideráveis, especialmente pela falta de condenação moral e legal nos tempos passados, a iniciativa de Cárdenas poderia se tornar um ponto de discussão político crucial, particularmente diante das agressões de Trump.

Desvelando a Verdade Histórica

Além da validade jurídica da ação, a iniciativa de Cárdenas destaca a necessidade de um debate honesto sobre a verdadeira história da guerra imperialista dos Estados Unidos, uma guerra convenientemente esquecida e camuflada. Este crime monumental levanta uma questão intrigante: até que ponto a prosperidade histórica dos Estados Unidos se origina do desenvolvimento de territórios originalmente habitados por mexicanos, agora arrancados do México por uma invasão e guerra de conquista territorial?

A Responsabilidade Atual dos Estados Unidos

Independentemente da viabilidade legal da ação, sua repercussão pública pode ser significativa, especialmente quando o México é injustamente atacado por Trump. Os Estados Unidos devem uma reconsideração honesta de sua primeira guerra imperialista, não apenas em suas instituições educacionais, mas também em seus museus, livros e na indústria cinematográfica.

É hora de Hollywood e Broadway abordarem essa questão, assim como fizeram com os pecados originais da escravidão e racismo. Um terceiro pecado deve ser reconhecido: a agressão contra o México e o saque de seu território.

Uma Chance para a Reconquista

Para os mexicanos, esta é uma oportunidade de uma reconquista simbólica. Não buscamos a reconquista física dos territórios perdidos, nem uma indenização insuficiente como os $15 milhões pagos pelos Estados Unidos. Precisamos reconquistar a memória da guerra, marcada por atrocidades motivadas por preconceitos raciais e ganância territorial.

A reparaçãomais justa seria uma reforma migratória nos Estados Unidos, abrindo o caminho para a cidadania aos descendentes daqueles mexicanos que sofreram a perda injusta de metade de seu território.

Em suma, a iniciativa de Cárdenas pode ter pouca chance de sucesso legal, mas seu impacto público pode ser considerável. Os Estados Unidos devem enfrentar seu passado e reconhecer as consequências de sua primeira guerra imperialista, um passo essencial para uma verdadeira reconciliação entre as nações.

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Author: Prof. Nancy Dach

Last Updated: 04/01/2024

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